FIZ DE PASSOS INCERTOS O MEU CAMINHO,
DIVAGANDO POR TODO CAMINHAR
A RAZÃO MAIS PROFUNDA DO AMAR,
MAS AMOR SÓ ME VEIO EM DESALINHO,
ME FERI SEM QUERER EM CADA ESPINHO,
DO MEU MUNDO DE SONHO E FANTASIA,
PARA MIM NADA FOI COMO EU QUERIA,
SENDO ASSIM , EU NÃO TENHO MAIS DIREITO,
VOU FECHAR A PORTEIRA DO MEU PEITO,
PRA QUE DELA NÃO SAIA MAIS POESIA.
SE UMA GOTA DE ORVALHO EM MINHA VIDA,
QUER DAR VIDA A MEU PEITO RESSEQUIDO,
PELA LEI DA RAZÃO PERDE O SENTIDO,
NO CASCALHO DA VIDA ELA PERDIDA,
NA REDOMA DO TEMPO É ESQUECIDA,
A RAZÃO LHE ESMAGA A CADA DIA,
CADA SONHO PARECE UMA IRONIA,
SOU PALHAÇO DE UM CIRCO SEM CONCEITO,
VOU FECHAR A PORTEIRA DO MEU PEITO,,
PRA QUE DELA NÃO SAIA MAIS POESIA.
DOS MEUS SONHOS, FICARAM OS DESENGANOS,
É O TEMPO QUE DIZ ESTA VERDADE,
PRA VIVER OS MEUS SONHOS FUI COVARDE,
SE VIVI, FORAM SONHOS DE ENGANOS,
DE VIVER NOVOS SONHOS, SOMEM OS PLANOS,
ESMAGADOS NUM MAR DE HIPOCRISIA,
OS RANCORES ME ROUBARAM A ALEGRIA,
PRA SOFRER DESSE JEITO EU NÃO ACEITO,
VOU FECHAR A PORTEIRA DO MEU PEITO,
PRA QUE DELA NÃO SAIA MAIS POESIA.
TODAS DORES E SAUDADES QUE NA VIDA,
EU GUARDEI NO MEU COFRE DE TRISTEZA,
SUFOCARAM OS MOMENTOS DE BELEZA,
QUE VIERAM AREJAR MINHA FERIDA,
O PESAR NO MEU PEITO, A DOR SENTIDA,
SUFOCOU MEUS MOMENTOS DE ALEGRIA,
ASSIM SENDO, EU DESTRUO A FANTASIA,
NÃO COMPENSA SER VATE DESSE JEITO,
VOU FECHAR A PORTEIRA DO MEU PEITO,
PRA QUE DELA NÃO SAIA MAIS POESIA.
EU BUSQUEI O AMOR E A RAZÃO,
NÃO ME CHEGA A RAZÃO, AMOR NÃO VEM,
OS MEUS SONHOS SE PERDEM NO ALEM,
VOU PERDIDO EM MEIO A VASTIDÃO,
ACHO ATÉ QUE NÃO TENHO MAIS PERDÃO,
SÓ EM DEUS EU ENCONTRO A GARANTIA,
QUE ME FAZ SUPORTA MINHA AGONIA,
MAS VIVER SEM AMOR NÃO TÁ DIREITO,
VOU FECHAR A PORTEIRA DO MEU PEITO,
PRA QUE DELA NÃO SAIA MAIS POESIA.
EU BEM SEI QUE DA VIDA SOU MISTÉRIO,
SOU APENAS UMA LUZ VINDA DE DEUS,
MAS BEM SEI QUE VIVI OS DIAS MEUS,
JÁ ME ENCONTRO EM PLENO CLIMATÉRIO,
MAS O MUNDO NÃO QUIS LEVAR-ME A SÉRIO,
PRA VIVER ME FALTOU SABEDORIA,
POIS VIVI MUITO AQUÉM DO QUE EU QUERIA,
ME PERDI EM MEU MUNDO DE DEFEITO,
VOU FECHAR A PORTEIRA DO MEU PEITO,
PRA QUE DELA NÃO SAIA MAIS POESIA.
ESPEREI O MEU TREM NA ESTAÇÃO,
MAS O TREM NÃO PASSOU NESSE DESTINO,
EU SEGUI PELO MUNDO EM DESATINO,
COMO CARRO CORRENDO EM CONTRA MÃO,
NUMA ESTRADA DE SONHO E DE ILUSÃO,
ENFRENTADO MEUS MEDOS E COVARDIA,
SOU ATOR DE UM PALCO SEM VALIA,
VOU FUGIR DESSA PEÇA SEM CONCEITO,
VOU FECHAR A PORTEIRA DO MEU PEITO
PRA QUE DELA NÃO SAIA MAIS POESIA.
Chico Gabriel – 08/05/2008 .
*inspirado em um tema de Geraldo Amâncio: “Vou abir a porteira do meu peito, pra entrar a boiada do repente”.
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