No
ano de 2009, eu, iniciante dos versos, ouvi um mote do poeta José
Lucas de Barros, que dizia: “quer matar o poeta, mate o sonho, que
o poeta sem sonho se liquida”. Eu fiquei encantado por esse tema, e
resolvi de forma muito singela, glosar esse mote. Nunca tive a
coragem de mostrar ao mestre. Porém, no dia de sua partida eu tive
coragem e publiquei em uma rede social, como forma de homenageá-lo.
Segue:
Não
destrua o mundo do poeta,
não
lhe faça um ato tão insano,
pois
seu mundo de sonho é soberano
e
viver desse sonho é sua meta.
Se
a vida real é tão incerta,
o
poeta num sonho leva a vida.
Para
ter sua vida garantida,
faz
do sonho a fuga do medonho.
“Quer
matar o poeta, mate o sonho,
que
o poeta sem sonho se liquida”.
No
seu reino de sonho e ilusão,
não
divide o real da fantasia.
Vai
vivendo o seu sonho noite e dia,
pra
manter sempre vivo o coração.
O
real para ele é contramão,
só
o sonho dá vida a sua vida.
Sem
o sonho, seu mundo é sem saída
e
seu céu sem estrelas é bem tristonho.
“Quer
matar o poeta mate o sonho,
que
o poeta sem sonho se liquida”.
Nunca
mate o sonho de alguém,
que
na vida só vive pra sonhar.
Pois,
sem sonho, não dá pra suportar
as
agruras de amor que a vida tem.
Sem
sonhar, nunca passa de ninguém,
se
sonhar, sua estrada é garantida.
No
jardim uma simples margarida,
vai
tornar o seu tempo mais risonho.
“Quer
matar o poeta, mate o sonho,
que
o poeta sem sonho se liquida”.
Sendo
assim, peço até por caridade,
não
destrua do vate a fantasia.
Pois,
no sonho o poeta versa e cria,
só
o sonho lhe traz felicidade.
Eu
suplico, não faça essa maldade
de
deixar uma alma destruída.
E
a morte de um sonho é tão doída
que
seu dono definha de bisonho.
“Quer
matar o poeta, mate o sonho,
que
o poeta sem sonho se liquida”.
Mote
do professor José Lucas de Barros.
Glosa:
Chico Gabriel – 20-04-2009.
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